Machu Picchu 2004

Empresas parceiras que ajudaram a concretizar essa expedição:

 



dia 1 de fevereiro de 2004 (Domingo), 14:00 h iniciamos a Expedição Pantanal – Machu Picchu. Tudo pronto conforme combinado. Saímos de Cuiabá-MT debaixo de forte chuva. Já nos primeiros 40 kilometros o que era uma página em branco começava a ser preenchida. Nosso amigo Getúlio esqueceu de abastecer sua moto Sahara e “Acabou a Gasolina”, enquanto esperamos no posto o Bráulio foi socorrê-lo. Próxima cidade, Cáceres a 220 km de Cuiabá. Chegamos cedo e resolvemos ir para San Matias, fronteira do Brasil com a Bolívia, bem na saída de Cáceres furou o pneu da moto do Getúlio e pra variar o Spray não funcionou, tivemos que voltar para Cáceres para fazer o reparo, depois de mais de uma hora para o borracheiro “bêbado” arrumar o pneu, resolvemos ficar por ali mesmo, a cota de problemas do dia ja havia se esgotado, fomos para o hotel para continuarmos a viagem no dia seguinte. Nosso jantar seria a última refeição brasileira pelos próximos 25 dias.

Cáceres(Br) a San Matias(Bo) foram 91 km sem problemas, quando chegamos, já fomos direto para a aduana verificar a documentação, trocamos Reais por Bolivianos, moeda local, abastecemos as motos e seguimos para San Ignácio(Bo) distante 300 km de estrada de terra cascalhada, tudo bem até o momento que chegamos em uma ponte em reforma, só tinha as vigas principais da ponte, chovia muito e as vigas de madeira estavam escorregadias e algumas soltas. Após esperar algum tempo até parar a chuva, começamos a passar as motos, uma a uma, eu que passei a maioria das motos tinha apenas alguns centímetros para afirmar os meus pés e em alguns lugares afirmava somente nos calcanhares.
  
Bom...com as motos já do outro lado, seguimos viagem pelo Pantanal Boliviano, a estrada é cascalhada onde as Falcons e a Sahara ficaram muito a vontade, lugar muito bonito, não se iguala ao nosso em quantidade de espécies animais, mas a vegetação é tão bonita quanto. Quando chegamos em San Ignácio já estava escuro, encontramos bom hotel a 6,4 dolares, o que mais contribuiu para que este trecho fosse demorado foi a quantidade excessiva de barreiras policiais e em todas elas, sem exceção, tinha policiais corruptos, pediam dinheiro sem qualquer cerimônia, ainda bem que eram baratos, 2 dólares para os quatros e já nos liberavam, mas antes perguntavam das motos, cilindradas, valor, etc... No outro dia de manhã procuramos uma oficina para fazer alguns ajustes, esticar correntes, lubrificar, etc. Feito isso fomos na policia de fronteira para retirar o "permisso", documento de permissão para transitar-mos na Bolivia, como ja não éra surpresa, 5,10 dolares por cada documento, fomos informado posteriormente que a emissão desse documento e feita sem nenhum custo, e o sujeito ainda deu"recibo". Na hora de seguir viagem um pequeno problema, não tinha gasolina nos postos, tivemos que comprar a granel numa mercearia.

Seguimos em direção a Sta Cruz de la Sierra (Bo) a Km 335, parte da estrada é de terra e no final 70 Km de asfalto, no início da tarde eu e Getúlio que conseguíamos andar melhor nas estradas de terra resolvemos parar e esperar o Bráulio e o Oaleson, depois de 30 minutos parados, um caminhoneiro nos avisa que um colega havia se acidentado, voltamos 32 kilometros e a situação não era boa, nosso companheiro Bráulio havia caido no areão em alta velocidade , bateu a cabeça "com o capacete" e perdeu parte da memória, . Com a moto quebrada locamos um caminhão por 90 dolares ( 1 dolar por kilometros) para levá-la até a próxima cidade, Concepcion (Bo), onde dormimos em horel razoável por 3,8 dolares. No outro dia, arrumamos da melhor forma possível a moto do Bráulio e com ele pilotando-a, seguimos para Sta Cruz de la Sierra (Bo), nesse trecho, só o tombo do Getúlio, que passando uma ponte onde passa carros e trem, ao sair do meio dos trilhos, o pneu traseiro derrapou, foi só poeira no meu retrovisor.
Em Sta Cruz de la Sierra (Bo) aguardamos nosso companheiro Anderson que veio de Pouso Alegre-MG e que se atrasou em Corumbá para embarcar a moto no trem. Aproveitamos para conhecer a cidade, calor insuportável, transito caótico, oficinas lotadas. Nos hospedamos no Hotel Amazonas a 3,8 dolares por pessoa em quarto com 5 camas, pagamos em média na nossa viagem na Bolivia o preço de 0,8 dolares por refeição, 0,9 dólares a cerveja e os refrigerantes.
Aqui o Bráulio já estava melhor recuperando-se da perda da memória, comprou outros 3 baús e pronto, já estávamos prontos para seguir viagem; neste momento nos despedíamos da parte baixa da Bolívia, nosso destino Cochabamba, 498 km. Já na estrada o pneu traseiro da minha moto furou e novamente o spray não adiantou, sorte que havia uma borracharia próximo do local. No pé das montanhas a queda de uma ponte nos colocou numa situação não prevista, tivemos que atravessar um rio em cima de pequenas embarcações improvisadas, um teste para os nervos devido ao medo daquelas “canoas” afundarem.



Aqui iniciamos nossa subida rumo ao desconhecido, mal sabíamos o que nos esperava, saímos de 416 metros de altitude em Sta Cruz de la Sierra (Bo) e subimos acima de 3400 metros em menos de um dia, minha moto falhou mesmo com o giclê reduzido, troquei o original No. 148 por um 138 e não adiantou muito. A estrada subindo as montanhas não é boa, parte dela está em reforma e só tem meia pista concretada, tem trechos que está apenas cascalhada, sem problemas para as motos, 4 Falcons 400cc e uma Sahara 350 cc, a paisagem é muita bonita, com os picos das montanhas cobertas por neblina e a medida com que íamos subindo a neblina ia ficando mais densa até o ponto da visibilidade ter alcance de apenas alguns metros. Acima do 3.000 metros de altitude sente-se muita falta de ar, e o frio com a moto em movimento é algo indescritível, para agravar a situação chovia em alguns pontos, o pior trecho e o mais alto foi em Tiraque(3.430 metros), andei de segunda marcha nesse momento, eu não conseguia nem aumentar e nem diminuir a aceleração que a moto apaga devido ao ar rarefeito.



Chegamos em Cochabamba (Bo) 2.558 metros de altitude no final da tarde, nos hospedamos no Hotel Millenium, por 5,1 doláres por pessoa, o que todos queriam era tomar um banho quente e demorado. Cochabamba é uma cidade não muito grande onde já predomina o clima frio o ano inteiro, bom lugar para comprar roupas quentes a preços razoáveis, comprei um excelente casado de neve por 10 dólares. 






No dia seguinte saímos para La Paz (Bo) a 353Km, já era tarde e naquele dia subiríamos mais 1.000 metros, durante o caminho um desencontro, como já estava escurecendo, Bráulio, Getúlio e Oaleson que saíram na frente resolveram ficar em Oruro (Bo), Andersom com problemas no farol parou em um hotel na beira da estrada e eu que vinha atrás cheguei até La Paz, conforme subia a coisa ia piorando, frio ia aumentando e a moto ficando cada vez pior, havia momento que não andava nem em alta e nem em baixa, eu ia reduzindo as marchas, até pensei que eu ia parar, mas segui em enfrente, cheguei em La Paz às 22:30h. No dia seguinte, sofri um seqüestro relâmpago, quatro homens um deles armado me obrigaram a entrar num carro, pediram minha carteira e tiraram todo o dinheiro que encontraram, depois me devolveram os documentos e me soltaram a 3 quadras do hotel...vão-se os anéis ficam os dedos...Nesse dia mais tarde a turma voltou a se encontrar, graças aos e-mails. Em La Paz nos hospedamos no Hostal Sucre na Praça 14 de Setembro, a 7 dólares por pessoa em quarto duplo. No outro dia cedo procuramos uma oficina para arrumar as motos, diminui ainda mais o giclê do carburador, agora por um No. 130, trocamos óleo e seguimos para o Desaguadero (Pe), a 114 Km, a paisagem andina é muito bonita e a corrupção dos policiais bolivianos persistentes, nesse trecho a estrada margeia o Lago Titicaca, uma imensidão de água que some de vista, em Desaguadero (Pe), divisa com o Peru é necessário carimbar o passaporte e tirar licença para andar com as motos, esse processo demora + ou – umas 2 horas, deu tudo certo, entramos no Peru, continuamos margeando o lago Titicaca com destino a Puno (Pe), já logo no inicio muitos campos de futebol, que é muito praticado por lá, mas posto de gasolina ou “Surtidor” ou "Grifo" como é chamado por lá é difícil de encontrar, a distância entre um e outro é muito longa, para motos com autonomia menor que 200 km é bom levar um galão de gasolina de reserva, por falar em galão uma curiosidade, nos postos de combustíveis do Peru, as bombas de gasolina não contam litros e sim galões americanos, uma proporção de 1 Galão = 3,75 Litros que sai por 2,56 dolares. À noite chegamos em Puno, em pré-carnaval de rua, a grande diversão é jogar bexigas cheias de água nas pessoas que passam nas ruas, nos hospedamos no Hotel Presidente a 3 dolares por pessoa, no outro dia saímos cedo para Cuzco a 390km, voltamos a subir muito, passamos de 4.000 metros, éra uma constante na paisagem os picos das montanhas brancos de gelo, a ansiedade era muito grande e o descanso para a bunda já era merecido, em Cuzco estava programado para ficarmos quatro dias.




Chegamos em Cuzco(Pe) por volta das 17:00h, quando chegamos na Praça das Armas uma multidão de pessoas nos rodearam, vendendo de tudo, perguntando das motos, da viagem e muitos agentes de turismo oferecendo pacotes turísticos e hotéis, ali mesmo já nos indicaram o Hotel Colonial, muito bom por oito dólares por pessoa a duas quadras da praça principal. As motos ficaram estacionadas no pátio do hotel que não tem estacionamento. No outro dia à tarde fizemos um City Tour pela cidade, visitamos algumas igrejas e algumas ruínas Incas e Pré-incas, existem três pacotes que não pode-se deixar de fazer, "City Tour", "Vale Sagrado" e óbvio, "Machu Picchu" que nos custou 95 dólares cada um. 



No dia que fizemos o City Tour, à noite, conhecemos o famoso Pub Mamma África, com pessoas de todas partes do mundo, a língua que você fala não importa, no final acaba dando tudo certo, com três Cuba Libres a 3 doláres, é só alegria. No dia seguinte pela manhã, seguimos primeiro para um Tour pelo Vale Sagrado, com várias paradas em pontos turisticos, ter bom preparo fisico nessas horas é necessario, os caminhos que seguimos a pé são cheios de altos e baixos e por fim terminando em Ollantaytambo. Na seqüência às 19:00h pegamos o trem para Águas Calientes, na estação pessoas de toda parte do planeta, e de toda idade, mas com o mesmo espírito de aventura, tinha um Irlandês que estava correndo o mundo numa bicicleta, deu até saudades das mótóks que já estavam paradas há três dias.
Depois de mais de duas horas, chegamos em Águas Calientes, uma vila incrustada no meio das montanhas que tem como única forma de acesso o Trem, tem uma rua principal com vários hotéis e restaurantes de boa qualidade e preços exorbitantes, dormimos ao som do barulho das águas do rio mais turbulento que já vi na minha vida, que margeia toda a linha do trem, é um barulho incrível.




Seguimos para Machu Picchu bem cedo, nesta época costuma chover todos os dias à tarde, tivemos sorte, nada de chuva e até saiu um pouco de sol, tempo limpo e sem neblina, aproveitamos ao máximo, Machu Picchu superou todas as nossas expectativas, àquelas ruínas tão antigas e em tão perfeito estado de conservação.







Não tem como falar sobre Machu Picchu, as fotos já dizem tudo, melhor que isso só estando lá, enquanto o Bráulio, Getulio, Oaleson e Anderson subiam o Wayna Picchu eu que estava sentindo muita falta de ar resolvi conhecer o outro lado das ruínas que o guia não mostrou, a imensidão que é Machu Picchu e tudo feito com muita precisão, os encaixes das pedras de dezenas de toneladas, as quedas d’aguas canalizadas nos mínimos detalhes e tudo funcionando perfeitamente é algo fantástico, é muito importante estar acompanhado por um guia para dar sentido a tudo aquilo. Depois de um pouco de chuva já no inicio da tarde, resolvemos descer o “Morro” e conhecer as térmas e águas quentes, é um contraste fabuloso, aquele lugar frio e uma piscina natural de água quente.
Base da montanha de Machu Picchu Piscina natural de Água quente



No dia seguinte, voltamos para Cuzco, fomos andar um pouco de moto, à noite, a despedida do Pub Mamma África e já começamos os preparativos para continuar nossa viagem. No outro dia, eu que pensava que em nossa viagem já tinha acontecido tudo de melhor, nem imaginava que ia andar na estrada mais fantástica que já andei em toda minha vida, de Cuzco até Camaná, cidade praiana no Oceano Pacifico.



De Cuzco a Abancay são 205 km só de alegria, asfalto perfeito em meio à Cordilheira dos Andes, pequenas retas e curvas de 180 graus a todo momento, a Falcon se sentiu à vontade nesse terreno, esticava suas marchas até próximo de 100km/h e mergulhava a frente nas freadas, nas curvas os pneus Sanson de uso misto se comportaram muito bem não dando nenhum susto, seguindo certo a trajetória das curvas sem escapar, atrás de mim vinha o Anderson de Falcon também voando baixo usando um jogo de pneus T66 da Michelin, tambem um excelente conjunto para aquelas pistas.





Dormimos em Abancay, embora fosse um trecho pequeno, mas extremamente cansativo. No outro dia bem cedo e com muito frio seguimos para Nazca (Pe) a 480 Km, também não era para menos, cruzamos o Parque Nacional das Pampas Galeras, lar e último reduto das ameaçadas vicunhas, a mais de 5250 metros de altitude, essa foi a maior altitude que nos percorremos. Começamos a descida rumo ao Pacífico, no inicio ainda muito frio, picos das montanhas com neve e no decorrer dos kilometros a paisagem e o clima vão mudando drasticamente, hora tem que tirar as roupas de frio devido ao calor escaldante, meia hora depois temperaturas baixíssimas. Conforme ia se aproximando de Nazca (Pe), a paisagem desértica ia predominando mas o frio insistia.




Trecho entre Abancay e Nasca
Chegamos em Nazca por volta as 16:00h, adquirimos nosso pacote para o sobrevôo bem de manhã, é quando o tempo está mais limpo, 20 dólares por pessoa, vôo com três ou cinco pessoas feitos em aviões Cesna que duram aproximadamente 40 minutos. As linhas de Nazca, são imagens vistas com muita nitidez e aguçam nossa imaginação, figuras geometricas outras em forma de animais ou aves em perfeito estado de conservação, feitas a mais de 2.000 anos que somente são vistas se observadas por cima, isso não tem nenhuma explicação realmente comprovada, só fruto da imaginação de alguns cientistas.
Figura de um Macaco à esquerda da foto


Seria uma pista de pouso no centro?.


A Rodovia Pan-Americana, ás margens do Oceano Pacifico.
No site Picasa Web , tem mais fotos das figuras desenhadas no deserto de Nazca.


Após o sobrevôo de Nazca seguimos para Camaná (Pe) a 269km, o que tinha de curvas o trecho de Cuzco até Nazca, aqui tem de retas, são kilométricas podendo desenvolver altas velocidades com a vista do Oceano Pacifico à direita.




Algumas situações curiosas, na Panamerica há trechos em que máquinas ficam retirando a areia que invade a pista, em alguns pontos se não fossem elas a estrada ficaria completamente coberta.



Chegamos em Camaná (Pe) e o dia ainda estava claro, fomos direto para a praia, depois de tantos dias de frio um dia de sol era bem vindo, almoçamos e depois do pôr-do-sol que aqui se põe no rumo do oceano, fomos procurar hotel, eu nunca vi tanta loja de Internet como em Camana, tem mais do que farmacia. No outro dia voltamos para a praia, depois de alguns banhos “gelados” de mar resolvemos seguir viagem no mesmo dia para Arequipa (Pe) a 180 Km.




Sol merecido Praia no Oceano Pacifico – Água gelada
Parte do trecho entre Camana e Arequipa é deserto, já no final começamos a subir novamente a cordilheira dos Andes, o frio já é novamente nosso companheiro de viagem, do centro de Arequipa , onde paramos para dormir, avista-se o vulcão Misti coberto de neve, já é um sinal do que nos esperava. Quando saímos no outro dia, ja retornando para Desaguadero a 450 Km, não imaginavamos o que vinha pela frente, um dos dias mais gelados de toda nossa Expedição, a estrada é íngreme e a temperatura caiu vertiginosamente, logo nos primeiros kilometros eu tive que parar para colocar roupas mais quentes e a capa de chuva. 






O bicho pegou...minha moto começou a falhar, novamente cheguei a andar em segunda marcha e quase parando, já era um sinal que estávamos em altitude elevada, chegamos a 4.755 metros de altitude, a essa altura voam no Brasil alguns aviões de Linha, mas o pior estava ainda por vir, estava eu andando a + ou – 28,5 km/h e diminuindo, quando comecei a observar que a paisagem estava ficando branca, levantei a viseira do capacete, que é escura, para confirmar e de fato eu estava no meio de uma nevasca, a sensação de frio andando de moto era de trincar até o pensamento, já não sentia mais os dedos das mãos, embaixo da luva impermeável eu usava mais duas luvas de lã. A gasolina estava entrando na reserva e nada de posto de combustível, mais adiante o Bráulio e o Getulio pararam para tirar algumas fotos no gelo, parei também e coloquei as mãos no motor para ver se esquentavam, o motor estava frio, um pouco de caloria só na saída do escape, desliguei a moto, fiz pose para a foto e mais do que depressa montei na moto para sair daquele freezer, a moto não pegou, foi aquele desespero, ficar ali com problemas mecânicos era um grande problema, pois ali não existe mecânico e muito menos peças de reposição. Depois de mais de 10 tentativas a máquina funcionou, na pista de asfalto só existia caminhos da largura de um pneu por onde passavam as vans, o resto era gelo e extremamente escorregadio.


Um dos pontos mais altos na nossa viagem Frio....muito frio
Nesse trecho gelado da Cordilheira dos Andes, encontramos com problemas mecânicos parados na estrada, dois motociclistas que não prepararam as motos para a altitude, dois argentinos, um em uma Honda Alpstar 650cc e o outro em uma Honda Varadero 1000cc, torcemos para que tenham tido sorte com mecânicos. 






Desse ponto da nevasca mais uns 20 km finalmente uma cidadezinha, meu marcador de combustível já nem marcava mais, o único posto de combustível da cidade já não funcionava, nossa sorte é que em alguns mercadinhos vendiam gasolina, colocamos o suficiente para chegar em Desaguadero, fronteira do Peru com a Bolívia, chegamos debaixo de chuva e de muito frio, creio que foi a noite mais gelada de todas.
No outro dia, preparamos os papéis para entrar na Bolívia. No Peru não tivemos nenhum problema com a policia, já é uma outra cultura.






Até Sta Cruz de la Sierra (Bo) seguimos o mesmo caminho de volta, com a diferença de agora estarmos descendo a Cordilheira, a corrente da minha moto começou a escapar insistentemente, andei vários kilometros morro abaixo com a corrente solta, sei que é perigoso isso, mas ali não tinha nada a fazer, as chaves para esticá-la estavam com o Getúlio que nessa hora já devia estar lá embaixo. Em Sta Cruz de La Sierra decidimos fazer o caminho seguinte diferente, pegamos o "Trem da Morte" até Corumbá, mas não esperávamos a dificuldade que foi colocar as motos no vagão de cargas, não tinha onde amarrar as motos , não tinha cordas para todas elas e nem onde comprar, isso não estava em nossos planos. O trem de passageiros nos surpreendeu, pagamos pela categoria Superpullman que tinha televisão, ar condicionado e poltronas muito confortáveis. Quando chegamos em Puerto Suarez/Corumbá-MS, fronteira com o Brasil...surpresa...as motos haviam se soltado, caíram no chão do vagão umas sobre as outras e foi aquele estrago, consta no controle da carga que havia seguro, mas chegamos numa segunda-feira de carnaval e a administração da ferroviária não estava funcionando e ia voltar a funcionar normalmente só na quinta-feira, resultado, “prejuízo”. Seguimos viagem no mesmo dia para Campo Grande-MS e no dia seguinte, o bom filho a casa torna, estávamos em Cuiabá-MT.
Para que a Expedição Pantanal – Machu Picchu se realizasse, foi necessário muito planejamento que se iniciou em Agosto de 2003. A Internet foi uma fonte muito grande de informação, e também o meio de nos comunicarmos durante a viagem. Agradecemos aos nossos colaboradores Loja Motão peças, acessórios e serviços que nos auxiliou na preparação das máquinas e à Móbil Lubrificantes de Mato Grosso, ambas localizadas em Cuiabá-MT.
Nossa próxima viagem será para o Caribe em Fevereiro de 2006 mas isso é uma outra história a ser contada depois.
Abraços

Espero que tenham gostado. Esta pagina foi feita com a intenção de compartilhar o prazer que é curtir a vida sobre "Duas Rodas".